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18 março, 2012

DO TEMPO DA INOCÊNCIA, XEXÉO E A CUSPARADA DE ANGELI

Esta semana lia a coluna do Artur Xexéo em O Globo, quando ele protesta contra as ciclovias e abre seu texto dizendo “fazer parte da menor parcela da humanidade que não identifica marcas de carros”. Trocaria “a menor” por “a maior” e constato que também estou nessa. São tantos os carros que vemos hoje circular, entre os importados e os produzidos no país, que é mesmo difícil saber a marca de um ou de outro.
Sou do tempo em que os carros em vitrine diária tinham domínio público, pois eram conhecidos simplesmente, ou a maioria das vezes, pelo nome de fabricação: Volquis ou Fusca (que inspirou uma grande balada sertaneja, justamente o preto que nunca foi comum) FiatiMaverique o Chevetti (que também teve balada, para a tristeza das Ivetes)  e o  Corcel, que depois virou Corcel Dois.
Falava-se em outros, mas quando o assunto era carro, eram estes nomes que viam à mente, sem medo de errar. Atualmente não é assim e a cada dia nos surpreendemos com um nome novo. Mas, em um tempo mais antigo, convivi com a Rural e o Jipi, que ainda é Jeep. Uma época já documentada aqui, quando eu com meus dois irmãos disputávamos as propriedades automobilísticas; acho que toda criança brincou disso.
Do alto de nossa casa, que não era apartamento, apontávamos o carro que apontava e gritávamos que “era nosso”.
- Aquele é meu! – gritava eu ou um dos meus irmãos. O critério, criado no íntimo de nossa consciência infantil, era inteligente; caso não gostasse da cor ou marca, mesmo ao ver primeiro “não tomávamos posse”. Assim, cada um se deliciava o carro que era seu.
São brincadeiras interessantes como a da cusparada mais longe, lembrada em um dos desenhos do grande cartunista Angeli. São saudades de criança; do tempo da inocência.